Pular para o conteúdo principal

Do Browser para Impressora - Parte 3


Teoricamente, recuperar a saída de um Servlet (em geral um documento em texto como o HTML, mas pode ser qualquer arquivo incluso na resposta do servidor) mesmo que seja um JSP, deveria ser fácil. O JSP é convertido em uma classe Java que segue uma interface da especificação do Java Servlet com todas os métodos necessários para recuperar sua saída. Infelizmente, as classes geradas encontram-se em um contexto que o Classloader que executa os servlets não tem acesso. Então, para acessar as saídas dos JSPs é necessário uma abordagem mais indiretas. Na arquitetura J2EE, temos os seguintes recursos à nossa disposição:
  • Filtros: antes do envio da resposta ao cliente a cadeia de filtros intercepta a mensagem e pode enviar uma nova mensagem baseado na mensagem interceptada;
  • RequestDispatcher.include: esse (novo) método permite um servlet programaticamente adicionar o conteúdo de outro, o que é semelhante a tag jsp:include;
  • new URL(urlLocation).openStream: método que abre uma conexão com a localização urlLocation e retorna um stream de dados para leitura;
A solução utilizando url.openstream é simples, mas exige uma nova conexão para o servidor de aplicação proveniente dele mesmo. E é preciso tomar o cuidado utilizar a mesma sessão do usuário. Para isso, basta concatenar a url solicitada como jsessionId.
O uso de filtros ou do include method exige o uso de classes que sigam assinatura HttpServletResponse e do ServletOutputStream e que ao mesmo tempo, guarde as informações das chamadas em algum tipo de repositório. Essa é uma interessante aplicação do Adapter Pattern. O Adapter Pattern pode ser sumarizado da seguinte maneira.

Problema: (Múltipla herança) É desejado o comportamento de um objeto que infelizmente não segue uma assinatura específica.
Solução: Criar uma classe que implemente a interface e direcione as chamadas de forma apropriada ao objeto cujo comportamento é desejado.

Sendo o repositório escolhido para informações, um vetor de bytes. Escolhemos o ByteArrayOutputStream, que pode ser visto como um OutputStream e cujo resultado é guardado no vetor de bytes. Isso nos permite criar um objeto adaptado a interface ServletOutputStream e cuja implementação fica a cargo do ByteArrayOutputStream. Facilita também, utlizar o PrintWriter que já realiza as operações de Writer do ServletOutputStream. Esse PrintWriter deverá escrever diretamente no objeto ByteArrayOutputStream. Isso é feito ao passarmos esse objeto no construtor do PrintWriter.

Uma vez que temos essa classe, implementar a classe ServletResponse é muito simples:
public class FakeServletResponse extends HttpServletResponseWrapper{
  private ByteArrayOutputStream contentBuffer;
  private PrintWriter writer;
  private FakeServletOutputStream servletOutputStream;
  public FakeServletResponse(HttpServletResponse response) {
    super(response);
  }

  public PrintWriter getWriter() {
    if(writer == null){
      contentBuffer = new ByteArrayOutputStream();
      writer = new PrintWriter(contentBuffer);
      servletOutputStream = new FakeServletOutputStream(writer, contentBuffer);
    }
    return writer;
  }
  
  public ServletOutputStream getOutputStream() throws IOException {
    getWriter();
    return servletOutputStream;
  }

  public byte[] getData() {
    getWriter().flush();
    return contentBuffer.toByteArray();
  }
}
E então podemos utilizar o include method:
private FakeServletResponse includeJsp(ActionMapping mapping, ActionForm form, HttpServletRequest request,
HttpServletResponse response) throws ServletException, IOException {
  request.getSession().setAttribute("geraNota", Boolean.TRUE);
  FakeServletResponse fakeServletResponse = new FakeServletResponse(response);
  BuscaNotaAction buscaNotaAction = new BuscaNotaAction();
  buscaNotaAction.execute(mapping, form, request, fakeServletResponse);
  RequestDispatcher requestDispatcher = request.getRequestDispatcher("/jsp/operacoes/notaFiscal/imprimeNota.jsp");
  requestDispatcher.include(request, fakeServletResponse);
  return fakeServletResponse;
}

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Expressões, preconceito e racismo

Expressões preconceituosas e racistas Antes de alguma outra frase, primeiro peço licença para falar de mais um assunto do qual não domino. Falo por acreditar que um leigo presta serviço maior ao debater assunto com base em fontes (ainda que seja uma Wikipedia) e no pensamento lógico do que simplesmente se manter mudo a questões do cotidiano. Em voga agora está em falar quais são ou eram as expressões preconceituosas e racistas que até a pouco eram toleradas em muitos meios. Como é covarde dizer que em boca fechada não entra racismo. O racismo não é perpetrado apenas por quem profere mas por quem se cala à agressão perpetrada a outrem. Mas veremos que a questão é muito mais complexa que os cães raivosos do politicamente correto querem dizer. Tomo aqui a palavra racista, como sendo algo usado para impor a dominação de uma “raça” sobre outra. Portanto, a acusação de racismo vai muito além da mera acusação de preconceito. Não tenho o menor apreso por vitimismo barato, onde expressões q...

Answering: top reasons I hate living in Brazil

Yes, some guys shared a teasing topic about “Top reasons why I hate living in Brazil”: http://www.gringoes.com/forum/forum_posts.asp?TID=17615&PN=1&title=top-reasons-i-hate-living-in-brazil What is the point here? The whole text is loaded of cliclés, people that you will hardly find, etc most of time just pissing people off.   I don’t think Brazil is the best country in the world. Also, I don’t think Brazilians don’t make mistakes. Actually we do all the time but most of us really care about our mistakes specially those were pointed out. Some feel like an expatriate, alien in own country. Others reflect about how we could improve. Others  simply don’t accept teases from John Does. So, I’m actually truly bothered with people believing in a bunch of false statements (specially Brazilians) or supporting some cynical arguments disguised “sincere” criticisms . Yes, I make mistakes all the time, and as most of Brazilians, I don’t speak English. However...

A hard logic problem - The escape of blue eyed vampires

Once upon a time, a vampire clan lived peacefully on an island (as long as vampire clans can live peacefully). Then, a demon lord came, overwhelmed the vampires and became the ruler of the island. The demon didn't want any vampire to escape so he created a gargoyle to guard the only way out. This gargoyle was a fantastic creature, so powerful that he was kept petrified for the whole time until a vampire appears. Then he awakened and started to fight until seeing no more vampire "alive" (as far a vampire can be alive). All vampires crazy enough to try were killed only left a hundred of vampires. There was a catch, of course. The gargoyle was not perfectly designed. It did not awaken when blue eyes vampires appeared. And all remaining vampire were blue eyes but as you know vampires cannot see him/her selves on reflections. For any reason, they were not aware of their eye colors. Besides all that, blue eyed vampires didn't like each other (so they would never say ...