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Mostrando postagens de 2009

Um texto pós-moderno - better man

Espere olhando para as horas... são 4 horas. Tem que parar. Nesse tom melancólico, começa a modesta música "better man", uma balada pop composta por Eddie Vedder ainda na adolescência. A música é a ilustração perfeita da ironia. O próprio título é irônico, uma vez que em momento algum na música aparece um better man. She lies and says she's in love with him, can't find a better man... Irônico, não!? Para começar, com a personagem central da história, a mulher que aguarda tarde da noite seu esposo... Ela chega a treinar com o espelho o fim do relacionamento. E o que faz? Diz a negação do que queria dizer. Vedder escreve músicas sobre sentimentos fortes. Sua relação com a mãe foi bastante complicada pelo o que descreve em suas canções. Na trilogia Mommy, Vedder descreve um homem perturbado com o relacionamento materno; a mãe mente para o filho sobre a identidade do pai, revela a verdade para o garoto na puberdade dizendo a ele como se parece com o verdadeiro pai e o lev

Palavras de Verdade

A primeira palavra que minha filha aprendeu a falar foi "pai". O que pode parecer estranho porque ele morava com a mãe e eu não tinha tanto contato assim com ela. Talvez tenha sido coincidência que o som que ela emitia ao me ver fosse parecido com pai. Fato é que ela aprendeu rápido a chamar o pai, a mãe e depois vários objetos. Mas nenhuma dessas palavras foi tão palavra quanto aquela que ela aprendeu a falar pouco tempo depois: "não". O que acontece com o "não" é que esse advérbio tem um valor semântico variável. Ao contrário de mãe, pai, bola, água cujo valor semântico é constante para a criança (pai é sempre o mesmo pai, assim como bola sempre significa uma bola, oras), o não é usado para expressar a negação de qualquer coisa. Portanto, "não" pode ser qualquer coisa. A aquisição de tal vocábulo é o início de uma nova relação com o mundo. O mundo deixa de ter apenas objetos e passa a ter história, inter relações que começam a ser compreendid

Minisaia na Uniban

http://www.youtube.com/watch?v=gWUyKgs0u-4 http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/news/2009/10/28/226552-aluna-da-uniban-ameacada-de-estupro-no-campus-por-usar-minissaia Para mim, a menina da minissaia é uma heroína, ao exercer a liberdade de escolher suas vestes, e destoar de uma regra implícita, velada por sociedade cínica e hipócrita em que “estava” inserida. As razões que explicam a reação dos estudantes vão muito além das simplificações sobre a qualidade da escola. A natureza humana é perversa, e mesmo submersos a um mundo de controle e disciplinas, carregamentos essa perversidade intrínseca em alguma parte de nossa mente. Abaixo, trecho extraído da natureza do terrorismo: “O terrorismo é uma manifestação da psique. A raiz psicológica do terrorismo é um ódio quase-psicótico do ressentimento fanático que origina nas profundidades da psique arquétipa. Um exemplo literário clássico é de Melville, Moby Dick. O Capitão Ahab, com seu ódio fanático da baleia branca, é um paradigma do ter

Bolsa Família - Além de Bom é Mágico ??? (2)

Uma longa discussão foi travada por conta de um artigo "científico" sobre se o bolsa família gera renda (veja post anterior). Para quem quiser conferir, o artigo está no link: http://www.ipc-undp.org/publications/mds/33P.pdf (Agradeço aqui Warrior e Delmar pelos esclarecimentos). O objetivo do presente post e fazer uma análise desse artigo do senhor Paulo Henrique Landim Junior e seu prof. Dr. Naercio Aquino Menezes Filho: A idéia do trabalho desses autores é confrontar dois grupos: aqueles que mais se beneficiaram com o bolsa família, e o os demais que servirão como grupo de controle aos dados observados. “Para aprofundar esta análise, destacamos os municípios onde mais de 50% da população é beneficiada pelo Programa Bolsa Família. Esses municípios foram comparados com outros, onde uma parcela menor da população é beneficiada. Para isso foram criados e analisados os dois grupos de municípios: aqueles em que mais de 50% da população é beneficiada pelo PBF (grupo 1) e aqueles

Bolsa Família - Além de Bom é Mágico ???

Saiu no Estado de São Paulo os resultados de um estudo sobre o impacto da ampliação do Bolsa Esmola na Economia. Basicamente é o seguinte: com os 1,6 bilhão de Reais adicionais investidos no programa (de 2005 a 2006.), o governo impulsionou o PIB em 0,6% (43,1 bilhões de reais). http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2009/10/16/A9.pdf O significado disso é muito óbvio: de acordo com o estudo o estado não deveria perder seu tempo a não ser fazer algo que multiplica por 25 o dinheiro investido! O que não fica claro é como isso é possível. A explicação apresentada no jornal é o chamado multiplicador keneysiano. As pessoas inclusas no projeto fazem girar as engrenagens econômicas. Bom, é díficil acreditar que demanda simplesmente gere renda... Existe um interessante post do Guilherme Stein "A Miséria do Multiplicador Keynesiano: A Lei de Say corretamente entendida" , sobre esse problema. Talvez o programa tenha afetado a economia local (regiões com mais bolsas famílias dis

Bolsa Esmola - Melhor programa ever

Tomo esse post como uma nota mental: "o bolsa esmola é o melhor programa ever". Comecemos pelos básico... O governo é uma máquina pesada, pesadíssima. O imposto brasileiro incomoda, drena 40% da renda. Isso deveria tornar o país numa social democracia: duas pessoas trabalham para sustentar uma terceira. Mas, por "algum motivo" a renda não é distribuida. Uma pessoa do grupo dos 1% mais ricos "pode gastar em três dias o equivalente ao que um brasileiro do grupo dos 10% mais pobres levaria um ano para gastar". Ou ainda, a riqueza dos 1% mais ricos corresponde a renda dos 45% mais pobres. Uau... Comparemos isso com outros países do mundo, e encontramos 11 países em situação pior (dos 212 países analisados pela ONU): Namíbia, Lesoto, Serra Leoa, República Centro-Africana, Botsuana, Bolívia, Haiti, Colômbia, Paraguai, África do Sul. Parece ruim, não é!? Bom, é pior. A parcela de 1% mais rico da população é aquela que tem renda per capita igual ou superior a R$